Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O BOI DE BIU

O Boi de Biu. Já ouviu falar? Foi o menor bloco carnavalesco do mundo. Ouvi rumores de que vai para o Guines. Torço para que seja verdade, pois, é um tributo bem merecido, a quem foi perseverante por tantos anos, numa terra onde o carnaval só existe na folhinha do calendário.
Com chuva ou com sol, o Boi estava na rua, nos dias de carnaval, na cidade “fantasma” de Belo Jardim, no Estado de Pernambuco, minha terra. Digo fantasma porque no Carnaval, a cidade se esvazia, visto que grande parte da população se retira, para o litoral e/ou outras localidades. Mas os poucos que ficavam, podiam se enternecer e se distrair um pouco, vendo o bloco passar.
O bloco era composto basicamente por Biu, seu idealizador e presidente, o Boi, a atração principal, e um punhado de moleques das ruas por onde passava. Na verdade eu desconfio se a atração principal era mesmo o Boi, ou se era Biu.
Biu era uma dessas pessoas que se costuma chamar, ou rotular, de simplórias. Para mim ele era simples. Tinha seu jeito singular de ser, jeito de gente, cheiro de povo. Não se importava de parecer ridículo, e na verdade não era, e nem dava atenção para as chacotas.
A cada Carnaval, o Boi inovava. Nunca se apresentava sem uma pequena mudança, por mais imperceptível que fosse. Era um boi colorido, cheio de brilho, cheio de vida, da vida de Biu, que lhe imprimia alegria. A orquestra que os acompanhava se resumia apenas num atabaque, que enchia com sua cadência as ruas por onde o cortejo passava. Cortejo? Bem, não era assim um corteeeejo, pois houve ocasiões em que desfilavam apenas Biu e o Boi.
Este ano Biu se foi, fez a grande viagem. O Boi ficou órfão. Dizem que no seu leito de morte Biu fez um pedido: que não deixassem de botar o Boi na rua... Talvez seja chacota isso, mas, é bem próprio de Biu.
A simplicidade encanta. E Biu encantou. Biu, e o Boi. Na terrinha, não há quem não fale com carinho dessa dupla. Cada um sabe contar um pequeno fato ou uma situação inusitada que aconteceu, e situações inusitadas e engraçadas era o que não faltavam a esse bloco surpreendente. E o povo sorria e aplaudia.
Biu se foi, o Boi ficou. Mas o Boi não existe sem Biu. O Boi foi o sonho de Biu, sua melhor construção. Nele realizou-se e registrou sua marca na cultura do  povo. Deixou o seu exemplo de perseverança. Foi aquele que acreditou e nadou contra a corrente sem nunca largar o sonho.
Se for verdade, e não apenas rumor, se O Boi de Biu, o menor Bloco carnavalesco do mundo for, de fato,  para o Guines,  será eternizado, e será conhecido do mundo todo. A simplicidade encanta e surpreende.
“ Os últimos serão os primeiros”, disse um grande sábio, que também foi simples.
Abre alas, minha gente, abre alas que o Boi de Biu vai passar, para a história da humanidade. Eu até posso imaginar a satisfação de Biu, o seu sorriso de triunfo, por entender que fez a diferença por aqui, que plantou alegria, para que tantos colhessem os frutos da saudade. Olha o Boi de Biu aí, gente!

Por Socorro Melo


sábado, 7 de setembro de 2013

FALANDO DE PAZ

Mais assombrosa do que a cena trágica de morte, das vítimas de arma química, na Síria, foi a compreensão do quanto é possível ao homem ser cruel e desumano.

Estremeci diante dessa re-descoberta. Senti medo.

Eu tinha minhas ilusões a respeito do ser humano...

Como é possível, em pleno século XXI, depois de todo progresso conquistado pela humanidade, de tanta modernidade, tanta tecnologia, ciência, recursos sofisticados, meios de comunicação diversos, diplomacias, o ser humano tender a resolver suas questões através da força das armas, como bárbaros?

Quantos jovens e crianças perderam a vida? Quantos inocentes, vítimas da ganância e do orgulho humanos? Que insensatez! Que tristeza!

O mundo jaz nas trevas do paganismo moderno e crescente. Deus parece que não se faz mais necessário, foi descartado. Os poderosos, que deveriam ser líderes do seu povo, são os opressores. Consideram-se auto suficientes, imbatíveis...

Não consigo compreender tanta dureza de coração. Não consigo conceber um mundo sem amor... sem Deus.

Se o homem é auto suficiente, por que precisa de armas para governar? Nem mesmo é capaz de dialogar... Por que tudo é explicável, tudo é possível, menos aceitar Deus? Por que essa possibilidade assusta tanto os homens?  Deus não é entrave, é resolução. Quando Ele governa a justiça acontece. O mundo jamais terá paz enquanto dominado por homens ambiciosos, frios e calculistas. O governo dos homens sempre será autoritário, tirano, egoísta... Será que é tão difícil compreender isso?

O mundo tem sede de Deus. E somente Ele é capaz de libertar o homem da brutalidade e da ignorância.

De quanto desenvolvimento e conhecimento (Científico,Tecnológico, Político) a humanidade se orgulha, todavia é lamentável a pobreza moral, ética e humana em que tragicamente se consome.

Por que Deus permite que tudo isso nos aconteça? Porque escolhemos assim. Esse é o produto da nossa liberdade, da nossa opção de vida, que quer afirmar que Deus está ultrapassado, que é desnecessário. Que pena! Os horrores que vemos são consequências da trajetória equivocada que as sociedades tem percorrido.

Nem a vida humana tem mais valor, até ela é banalizada. Infelizmente, os frutos que teremos a colher são desses a piores.

Rezemos pela paz do mundo continuamente, e que  Deus nos ajude a sermos instrumentos dessa paz!


Por Socorro Melo